Entre os denunciados na Operação Naufrágio estão um policial civil e dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), contra os quais não há mandados de prisão.
Em uma ação conjunta entre o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e diversas forças de segurança, a Operação Naufrágio desarticulou nesta quinta-feira (25) uma milícia que atuava na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio.
Doze mandados de prisão e oito de busca e apreensão foram cumpridos contra integrantes do grupo paramilitar, que é acusado de crimes como associação criminosa, extorsão contra comerciantes e moradores, corrupção ativa e até mesmo de se passar por policiais civis.
Quatro pessoas já foram presas e, entre os denunciados, estão um policial civil e dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Entre os denunciados na Operação Naufrágio estão um policial civil e dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), contra os quais não há mandados de prisão.
Na denúncia, o Gaeco aponta a “estreita relação” existente entre os integrantes do grupo criminoso e os agentes.
Foi determinada a suspensão das funções públicas dos três policiais, além do sequestro de bens e bloqueio de valores das contas de todos os denunciados.
Investigações
As investigações sobre a quadrilha começaram há quase dois anos. Segundo o Gaeco, o grupo criminoso mantinha envolvimento com PMs para obter informações privilegiadas e com policiais civis para evitar investigações e prisões em flagrante. Os policiais são acusados também de fornecer material bélico desviado de apreensões e uniformes aos criminosos.
O Gaeco afirma que, a partir dos dados levantados, foi certificada uma “extensa rede criminosa”, com diversos áudios determinando aos integrantes da milícia cobranças de taxas, compra de material bélico e o pagamento de propina a policiais militares e civis.
Denunciado se passava por policial civil
Entre os denunciados pelo MPRJ, há um homem que já foi preso temporariamente por indícios de envolvimento com um homicídio ocorrido em 2017, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, e atualmente se faz passar por policial civil, permanecendo em delegacias, usando arma, uniforme e distintivo, além de participar de operações em viatura oficial.
O denunciado tem contatos com diversas unidades policiais e, inclusive, nos quadros da Corregedoria da corporação.