O vereador nomeava servidores em seu gabinete e exigia a devolução da maior parte dos seus salários, em valores que chegavam a R$ 6 mil mensais.
Em uma decisão histórica para o combate à corrupção na região, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve a condenação do vereador de Volta Redonda, Vander Temponi Faria, a 25 anos de prisão e à perda do mandato na Câmara Municipal.
A pena foi aplicada pelo Juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, na segunda-feira (29/04).
A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), revelou um esquema de ‘rachadinha’ liderado por Temponi.
O vereador nomeava servidores em seu gabinete e exigia a devolução da maior parte dos seus salários, em valores que chegavam a R$ 6 mil mensais.
Além da pena de prisão, Temponi foi condenado a pagar R$ 105 mil aos cofres públicos, valor equivalente ao montante desviado.
Seus assessores, também envolvidos no esquema, foram condenados a 13 anos de prisão cada e deverão devolver R$ 61 mil e R$ 13 mil, respectivamente.
O Juiz também determinou o pagamento de multa no valor de R$ 1 milhão para os três condenados, a título de dano moral ao município.
A investigação identificou que Temponi utilizava diversos métodos para receber os valores ilícitos.
Os servidores entregavam o dinheiro em espécie ao vereador, faziam transferências bancárias para ele ou para terceiros a mando dele.
Entre janeiro de 2021 e julho de 2022, foram registradas pelo menos 47 transações desse tipo, totalizando um desvio superior a R$ 300 mil.
Lavagem de dinheiro
Para ocultar a origem do dinheiro desviado, Temponi praticou diversas operações de lavagem de dinheiro.
Ele utilizava os valores para custear despesas pessoais, comprar bens e realizar investimentos.
A investigação do GAECO/MPRJ identificou diversas operações financeiras suspeitas, que foram fundamentais para a condenação do vereador.