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Cana: estudo cria variedades mais adaptadas ao Norte Fluminense

Pesquisa dará maior vigor ao cultivo e esperança aos produtores, permitindo que a cana mantenha importância na agricultura regional.

Para melhorar os diversos aspectos relacionados ao cultivo da cana-de-açúcar no Norte Fluminense, um grupo de estudiosos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) tem desenvolvido novas espécies de cultivares -adaptadas às condições de solo, clima e possibilidades hídricas características da região.

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O intuito é dar maior vigor ao cultivo da cana, garantindo que ela permaneça sendo um importante meio de fortalecimento da agricultura regional.

Segundo um dos estudiosos da Universidade, o professor Willian Pereira, as variedades que estavam sendo trabalhadas no mercado eram antigas e, apesar de serem muito boas, elas vão perdendo o vigor, vão surgindo novas doenças, então é extremamente importante que se tenha essa atualização varietal.

– É muito importante que uma região produtora, que uma usina produtora, tenha não só uma variedade ou duas ou três, mas tenha um time de variedades adaptadas a solos mais férteis, a solos pouco férteis, às condições onde a área é irrigada, condição onde não é irrigada, enfim, existem diversas características que compõem um time de variedades para o produtor ter uma matéria-prima de qualidade ao longo de toda safra – garantiu o especialista.

Willian também explica que, apesar do solo no Norte Fluminense ter, em grande parte, fertilidade ‘razoável’, sofre-se por questões climáticas. Pela ausência de chuvas, principalmente.

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Somando todos estes aspectos – o elevado déficit hídrico, incidência de ventos, calor – propicia-se que a cana-de-açúcar sofra mais, assim como as outras plantas. Então, essas novas variedades têm como características principais a adaptabilidade ao solo e ao clima da região.

Parceria público-privada para o estudo de novas cultivares da cana-de-açúcar

Os estudos para desenvolver as novas variedades de cana-de-açúcar parte de uma parceria público-privada – entre a UFRRJ, a Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan) e a Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro).

A parceria funciona através de convênio entre o Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a demandante, no caso no Norte Fluminense, a Coagro e a Asflucan. Mas qualquer outra entidade produtora de cana-de-açúcar pode demandar estes estudos, seja usina ou associação.

-O Programa de Melhoramento Genético da Universidade, compõe uma rede de pesquisa chamada Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa). Essa rede é formada por dez universidades federais que estão nas principais regiões produtoras de cana-de-açúcar do país. Por exemplo, a UFRRJ, através do Ridesa, abrange os estados do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e as regiões nordeste de Minas e Sul da Bahia. Nós fazemos pesquisa em toda essa área de abrangência em regiões canavieiras – explicou Willian.

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No Rio de Janeiro, além da Coagro, a Asflucan, a UFRRJ também está fechando convênio com a Agrisa, produtora de cana-de-açúcar em Cabo Frio.

-Esta parceria público-privada é considerada uma das principais e de maior sucesso no Brasil inteiro, onde a universidade disponibiliza a tecnologia e a usina, a parceira, faz uso dessa tecnologia e mais, financia essa tecnologia. O parceiro investe e a universidade com o seu capital intelectual, os pesquisadores, todo um estudo científico por trás, embasando esse desenvolvimento – pontuou o pesquisador.

Dia de Campo

No último dia 28 de novembro, foram lançadas 36 novas variedades de cultivares de cana-de-açúcar na Coagro de Sapucaia. O evento realizado por meio desta parceria -entre a Coagro, Asflucan e UFRRJ- reuniu mais de cem produtores da cana-de-açúcar da região Norte Fluminense.

-Foi um evento onde aconteceu essa visualização do resultado da pesquisa, do resultado entre a parceria da universidade e o setor privado produtivo. Tudo foi mostrado, na prática. Os produtores puderam ver os novos materiais, as novas variedades de cana-de-açúcar, desenvolvidas na região. Foi bastante significativo e representativo para a região.

Leia também: Projeto de lei do semiárido é saída para o setor sucroalcooleiro

Produtores conhecendo as novas cultivares desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético da UFRRJ (Imagem: Divulgação)

Leia Também: Da cana ao petróleo, o ciclo econômico do Norte Fluminense

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