Macaé e São João da Barra ajudam a alavancar o crescimento da região com geração de empregos e melhoria de renda com aumento do poder de compra.
Perspectivas de crescimento econômico para o Norte e Noroeste Fluminense 2023 a 2024
Por *Leandro Campos de Azevedo
A inflação se manifestou acima do previsto, motivada pelo reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado na última semana. Contudo, as expectativas para a inflação deste ano subiram de 4,84% para 4,90%.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), responsável por medir a inflação pela variação dos preços de mercados e o poder de compra do consumidor, apresentou uma queda, passando de 6,0% para 5,0% no último trimestre.
Com relação às expectativas futuras relacionadas ao crescimento econômico, são promissoras, demostrando uma desaceleração inflacionária, trazendo em condições futuras o ganho do poder de consumo em proporcionalidade direta a um discreto aumento de produtividade, apresentado em 3,86% (2024) e 3,50% (2025 e 2026).
Como se sabe, uma baixa na inflação traz benefícios diretos à população, sendo diretamente ligada, principalmente, a um aumento na renda, – que nos últimos anos foi fortemente afetada, trazendo vulnerabilidade, comprometendo as classes sociais mais baixas nos produtos de extrema necessidade para sobrevivência.
Com o singelo crescimento econômico, nas regiões Norte e Noroeste Fluminense isso não será diferente. Promoverá um aumento no consumo, propiciando o aumento de produtividade, que, pela simples lei da oferta e procura, virá a provocar a redução dos preços dos produtos, aumentando o poder de consumo e maior circulação de dinheiro local.
Essa melhoria vem sendo alavancada principalmente pelo crescimento de postos de trabalho, ligado ao crescimento de áreas de desenvolvimento e extração de petróleo – como Macaé, onde se descobriu novos poços de extração de gás natural, consolidando ainda mais as termoelétricas já em funcionamento na região.
O mesmo ocorre na cidade de São João da Barra, com o desenvolvimento do Porto do Açu, cujo crescimento vem promovendo o aumento econômico da Região Norte Fluminense.
A evolução do PIB (Produto Interno Bruto) no período de 2023 a 2026 apresenta uma retomada produtiva no segundo semestre de 2022 e com expectativas de um crescimento singelo, mas válido, principalmente depois dos acontecimentos caóticos provocados pela queda do preço internacional do petróleo em 2016 e da pandemia de Covid em 2021.
Esta relação é salutar, pois, como observado, não há uma amplitude muito grande, mas virá a proporcionar o crescimento a uma economia alicerçada em fatos concretos e um maior desenvolvimento de toda a região.
Em relação às projeções para a atividade de produção, houve mudança somente para o ano de 2024, com as projeções subindo de +1,30% para +1,33%.
As projeções para a Selic se mantiveram em 11,75% para este ano de 2023, 9,0% para 2024 e 8,50% para os dois anos seguintes. Mudou o cenário produtivo a uma melhor estabilidade econômica, proporcionando um aumento não de especulações e investimentos financeiros, mas sim promovidos pelo aumento da produtividade, ligadas ao setor secundário e terciário, com ênfase nas indústrias e prestações de serviços. Bases essas sólidas, geradoras de empregos diretos e indiretos, fazendo com que aos poucos se retome a estabilidade econômica.
Como conclusivo, após os ajustes mais significativos nas expectativas do mercado ao longo dos últimos meses, é natural que agora as mudanças sejam mais modestas. Um ponto a reforçar é que o reajuste dos preços dos combustíveis não irá impedir a continuidade do ciclo de queda de juros. O importante é que as projeções para a inflação de longo prazo seguem consistentes em 3,50%, o que ajuda o BC. Promove-se a solidez econômica em busca de um país mais equilibrado economicamente.
*Leandro Campos Azevedo – Doutor em Planejamento Regional e Gestão de Cidades, mestre em Economia e Gestão Empresarial, pós-graduado em Economia Empresarial