Deputada estadual defende mais apoio psicossocial nas escolas do Estado do Rio de Janeiro.
Em discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) na terça-feira (11), a deputada estadual Carla Machado (PT) informou que, a seu pedido, a Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso, da qual é membro, vai promover no dia 10 de maio uma audiência para discutir as políticas públicas voltadas à segurança nas escolas.
A parlamentar se posicionou sobre as recentes ameaças de invasão em escolas, após o massacre numa creche de Blumenau (SC), que deixou quatro crianças mortas e cinco feridas. Ela defendeu mais proteção e apoio socioemocional às crianças e adolescentes que estudam em escolas públicas e privadas no Estado do Rio de Janeiro.
– As crianças precisam ser amparadas na escola, ter uma educação que liberte, com princípios da filosofia, que é a arte de viver, respeitar o outro (…) – disse a deputada. Segundo ela, é preciso entender as dificuldades de socialização dessas crianças. “A gente não sabe de onde elas vêm, o lar em que vivem, de qual ambiente familiar participam, se são agredidas física ou emocionalmente. Muitas vezes elas chegam à escola e não tem um profissional preparado”.
Segundo a deputada, o atendimento psicossocial no estado não é suficiente para ajudar a “reverter o quadro de revolta, de agressividade” verificado entre muitas crianças, adolescentes e jovens. A deputada cobrou mais investimento na rede psicossocial presente nos municípios e cofinanciada pelos governos estadual e federal. “Nos CAPS (centros de apoio psicossocial) dos municípios há uma demanda muito maior do que a capacidade de atender. Por isso é importante a escola fazer esse acompanhamento”, justificou.
Carla também lembrou que, após o massacre de Blumenau, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou R$ 150 milhões para a ronda escolar e criou um grupo de trabalho para combater a violência nas escolas de todo o país. Mas todas as medidas adotadas, segundo ela, não serão suficientes na esfera pública se não houver também um comprometimento de toda a sociedade em combater as causas do problema.
Diante das recentes ameaças de novos atentados em escolas, publicadas em redes sociais, a parlamentar também criticou o uso indevido da internet. “As redes sociais viraram ‘terra sem dono’. Realmente tem que ter controle das postagens, mas não só para saber números das agressões, de fake news”, comentou.