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Setor cultural emprega 5,4 milhões no país, mas a maioria é informal

O setor cultural brasileiro cresceu em 2022, recuperando as perdas da pandemia. No entanto, ainda é marcado por uma alta de informalidade.

O setor cultural no Brasil é composto por trabalhadores mais qualificados do que a média das atividades econômicas, mas também enfrenta desafios, como a alta informalidade e a desigualdade de acesso à cultura.

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De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022 o setor cultural ocupava 5,4 milhões de pessoas no país, o que representa 5,6% do total de ocupados em todas as atividades econômicas.

Dos trabalhadores do setor cultural, 30,6% tinham ensino superior completo, acima da média do total das atividades, que é de 22,6%.

No entanto, a taxa de informalidade no setor cultural era de 43,2%, superior à média do total da economia, que é de 40,9%.

Outra característica é a grande participação de trabalhadores por conta própria no setor cultural, que foi de 42,1%, acima dos 26,1% do total da economia.

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“Ter mais conta própria é um indicativo de mais informalidade porque, de maneira geral, normalmente está mais ligada à não contribuição previdenciária”, explica o pesquisador Leonardo Athias, do IBGE.

O estudo do IBGE também mostrou que os salários médios do setor cultural são maiores do que a média do total das atividades econômicas. Em 2022, o salário médio do trabalhador do setor cultural foi de R$ 3.149,70, enquanto o salário médio do trabalhador do total das atividades foi de R$ 2.762,00.

Apesar dos desafios, o setor cultural no Brasil tem se recuperado da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Em 2022, o setor movimentou R$ 230,14 bilhões, o que representa um crescimento de 24,8% em relação a 2021.

Acesso à cultura

A pesquisa do IBGE também mapeou a presença de equipamentos culturais pelo país. O levantamento identificou que 31,4% da população moram em municípios onde não existe museu e 30,6%, onde não há teatros. A situação mais crítica é o cinema, com 42,5% da população vivendo em cidades sem salas de exibição.

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A Região Norte é a mais desfavorecida, com 70% dos municípios a mais de uma hora de um museu. No Centro-Oeste são 28,5% e no Nordeste, 15,4%. Todas essas regiões estão acima da média nacional, de 14,9%.

No Sudeste, apenas 5,3% das cidades estão nessa situação. No Sul, apenas 1,3%, ou seja, praticamente todas as cidades estão a menos de uma hora de um museu.

Desafios

Os dados da pesquisa apontam para alguns desafios que o setor cultural brasileiro enfrenta. O primeiro é a alta informalidade, que pode dificultar o acesso a direitos trabalhistas e previdenciários.

O segundo desafio é a desigualdade de acesso à cultura, que é mais acentuada nas regiões mais pobres do país.

Para superar esses desafios, é preciso investir em políticas públicas que promovam a formalização do setor cultural e a democratização do acesso à cultura.

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