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Maricá defende royalties para hidrogênio natural

Este ano, cientistas brasileiros e franceses confirmaram a existência de uma reserva de hidrogênio natural com grande potencial em Maricá.

Município que mais recebe royalties da exploração e produção de óleo e gás no Brasil, Maricá, no estado do Rio Janeiro, agora vê no hidrogênio natural, conhecido também como hidrogênio branco, uma nova fonte de recursos.

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Este ano, um grupo de cientistas brasileiros e franceses, liderados pelo professor Paulo Emílio de Miranda, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), comprovaram a existência de uma reserva de hidrogênio natural com grande potencial em Maricá.

– Segundo os cientistas, durante o teste, a pressão do que saía hidrogênio era algo que eles não tinham ainda visto e encontrado nas perfurações feitas em outros cantos do mundo – disse o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Igor Sardinha, em entrevista à agência epbr.

O hidrogênio natural é encontrado na natureza como gás livre em camadas da crosta continental, nas profundezas da crosta oceânica ou em gases vulcânicos, gêiseres e sistemas hidrotermais.

Royalties

Segundo o Projeto de Lei do Hidrogênio, apresentado pelo governo federal, os direitos de exploração e produção do hidrogênio natural pertencem à União, assim como no óleo e gás. Entretanto, o texto não cita a incidência de royalties.

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– Mais do que dizer que o hidrogênio natural é uma riqueza da União, que vai ser pela ANP, já deveria constar essa questão dos royalties e já sinalizando que essa verba tem que ser carimbada exatamente para o investimento da pesquisa no setor, em especial no hidrogênio – defende o secretário.

Sardinha acredita que o Brasil precisa romper com a lógica de exportador de commodities e utilizar o energético para descarbonização da sua indústria e transporte.

– A questão muito importante é que quando você começa a demonstrar viabilidade no hidrogênio natural – diz.

A prefeitura de Maricá vem desenvolvendo pesquisas de ônibus híbridos elétrico-hidrogênio para o uso no transporte público urbano, e espera substituir integralmente a frota municipal até 2038.

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Além do transporte, o secretário ainda espera atrair indústrias que consumam hidrogênio.

– Objetivamos que o nosso parque industrial seja totalmente movido a hidrogênio natural”.

Viabilidade econômica

Além do hidrogênio, foram identificados outros gases agregados como o gás hélio, um gás nobre, que pode trazer maior viabilidade econômica para a exploração.

Além disso, segundo Sardinha, a exploração de hidrogênio branco seria muito mais econômica que a produção de hidrogênio a partir de eletrólise (verde) ou via reforma de gás natural com captura e armazenamento de carbono (azul).

“É muito mais barato você extrair esse hidrogênio do que você chegar e fazer todos os processos, seja ele da eletrólise da água, seja ele da reforma do gás natural. Fica muito mais barato”.

Enquanto a atividade não é regulamentada, o município tomou a iniciativa de proteger as áreas de incidência de hidrogênio, para evitar uma corrida desordenada em busca do gás.

“As outras etapas dos estudos vão dar uma noção exata do tamanho da área. A área adquirida pela prefeitura é além de uma margem de erro gigante, um pedaço muito maior do que aqueles pontos que foram ali testados, para que tivéssemos garantia”.

Rota 3 e GasLub

Além do hidrogênio branco, o município também espera contribuir com a produção de hidrogênio azul, aproveitando a infraestrutura de escoamento de gás natural via Rota 3 até o Polo GasLub, em Itaboraí.

“Para além do hidrogênio natural, nós temos caminho, nós temos condições de também estabelecer naquela região um fomento à utilização do hidrogênio com captura de carbono”.

Outra possibilidade é a injeção de percentuais do próprio hidrogênio natural no gasoduto, o que também permitiria a descarbonização das atividades no polo gás químico.

“Caso se permita, podemos ter acesso, através do Rota 3, ao Polo GasLub, com o transporte do hidrogênio a partir dos gasodutos existentes na região”.

*Agência Epbr

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