Vítima de 72 anos era explorada desde a década de 1950 e serviu como trabalhadora doméstica a três gerações da família, sem qualquer remuneração.
Em um caso estarrecedor de exploração humana, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Federal uma mãe e seu filho por manterem uma mulher em regime de trabalho escravo por mais de sete décadas, no município do Rio de Janeiro.
A vítima, Maria de Moura, foi submetida a condições degradantes, jornadas exaustivas e não remuneradas desde os seus 12 anos, em 1950, até o seu resgate em maio de 2022.
Mais recentemente que a MPF reuniu as provas suficientes para denunciar a mãe e filho por manter Maria de Moura em trabalho análogo à escravidão.
Trazida da Fazenda Estiva para “morar e brincar” com as crianças da família Mattos, ela nunca teve a chance de estudar ou construir uma vida própria.
Ao longo de 72 anos, serviu como trabalhadora doméstica a três gerações da família, sem qualquer remuneração, liberdade ou direitos básicos.
André Luiz Mattos Maia Neumann e Yonne Mattos Maia, os denunciados, controlavam todos os aspectos da vida de Maria.
Ela era impedida de ter contato com sua família, não possuía chave da casa e era obrigada a dormir em um sofá ao lado do quarto de Yonne, servindo como cuidadora 24 horas por dia.
Com a pandemia da Covid-19, a situação de Maria se agravou ainda mais. André a privou de qualquer contato com seus familiares, aumentando seu isolamento e sofrimento.
Em dezembro de 2021, preocupados com a situação de Maria, seus familiares acionaram a Polícia Militar.
A entrada da casa era mantida com corrente e cadeado, evidenciando o cárcere privado a que ela era submetida.
Uma ação conjunta do MPF e do Ministério Público do Trabalho (MPT) revelou a dura realidade de Maria. Documentos retidos, jornadas exaustivas, agressões verbais e cárcere privado comprovam a crueldade da exploração a que ela foi submetida.
