Ferreirinha e Camila Nogueira foram denunciados pelo GAECO/MPRJ em junho de 2019.
A Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira por obstrução das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
A sentença, proferida em abril deste ano, determina a pena de quatro anos e seis meses de prisão em regime fechado para ambos os réus.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/FTMA), recorreu da decisão, buscando o aumento da pena.
Ferreirinha e Camila Nogueira foram denunciados pelo GAECO/MPRJ em junho de 2019.
A acusação aponta que Ferreirinha, temendo ser morto por Orlando Curicica, líder da milícia “Bonde do Jow” na época, articulou uma falsa acusação contra Curicica e o vereador Marcello Siciliano pelo assassinato de Marielle e Anderson.
A advogada Camila Nogueira, por sua vez, atuou na construção da farsa, que, segundo o GAECO, atrasou as investigações por meses.
A investigação revelou que Ferreirinha, expulso da milícia “Bonde do Jow” após desentendimentos com Curicica, temia ser morto pelo ex-PM.
A falsa acusação visava transferir Curicica para o sistema penitenciário federal, dificultando a execução do plano de assassinato. Além disso, Ferreirinha buscava retomar o poder e a influência que exercia na organização criminosa.
As informações falsas apresentadas por Ferreirinha e Camila Nogueira à Delegacia de Homicídios da Capital e à Polícia Federal descaminharam as investigações, dificultando a identificação dos verdadeiros autores e mandantes do crime.
A confissão de Ferreirinha sobre a mentira, em fevereiro de 2019, após a deflagração da operação Nevoeiro, foi crucial para o andamento das investigações.
Em março de 2024, a operação Murder Inc., deflagrada pelo GAECO/FTMA, Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República, prendeu os autores intelectuais do assassinato de Marielle e Anderson.
Os executores do crime, denunciados pelo GAECO/MPRJ em março de 2019, permanecem presos.